MPF/GO: quadrilha de Leonardo Dias pega mais de cem anos de prisão
O traficante Leonardo Dias de Mendonça, que comandava uma quadrilha de dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), foi condenado a mais de oito anos de prisão em regime fechado e multado em mais de R$ 500 mil. Entre as acusações, está a associação para o tráfico internacional. Essa condenação é resultado da Operação Pérola, deflagrada em outubro do ano passado, envolvendo 35 pessoas.
Ao todo, foram 17 condenados a mais de cem anos de prisão, entre eles o ex-diretor da Penitenciária Odenir Guimarães Mádson Machado Milhomem (4 anos e 6 meses de prisão e decretada a perda do cargo de agente penitenciário), Robson Rangel (4 anos e 1 mês) também envolvido com a chamada máfia dos combustíveis , e Emílio Teixeira Campos (18 anos e 6 meses) que trabalhou com Leonardo e tornou-se um dos principais traficantes do país.
A Justiça determinou ainda a perda de bens de diversos sentenciados. Por exemplo, Emílio teve a perda de três apartamentos, duas coberturas, carros, avião e participações em postos de combustíveis decretada pela sentença.
De acordo com as investigações, os denunciados formaram organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína colombiana e boliviana, com atuação no Suriname, Venezuela, Guiana, e nos estados de Goiás, Tocantins, Pará, Roraima e Mato Grosso.
Operação Pérola - As investigações revelaram que, desde 2006, Leonardo teria usado cerca de 50 celulares para comandar o tráfico de dentro da prisão. Os aparelhos eram levados, possivelmente, por advogados e visitantes. O esquema no presídio foi deflagrado na Operação Pérola com o objetivo de desmontar um grupo criminoso comandado pelo traficante.
Essa operação, surgida de investigações de uso de telefones em presídio durante a Operação Diamante (2002), levou para a cadeia 35 pessoas acusadas de ligações com o tráfico de drogas em seis estados e no Distrito Federal. A droga era comprada na Colômbia e seguia por duas rotas para distribuição: uma pelo Pará e outra pelo Suriname. A cocaína era vendida no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Antes dessa decisão, Leonardo Dias já havia sido condenado, entre outros casos, a mais de 26 anos de reclusão, resultado da Operação Diamante.
Sentença
Processo 0015131-74.2010.4.01.3500 JF/GO
1.Leonardo Dias de Mendonça 8 anos e 2 meses de prisão em regime fechado
2.Weyvel Zanelli da Silva 4 anos e 4 meses de prisão em regime fechado
3.João Daniel Alves Rabelo 4 anos e 1 mês de reclusão em regime fechado
4.Clodoaldo Antônio Felipe 5 anos e 3 meses de reclusão em regime fechado
5.Róbson Rangel 4 anos e 1 mês de reclusão em regime fechado
6.João Luís Diógenes Freitas 4 anos e 8 meses em regime fechado
7.Wagner Luís Bernardes de Freitas 4 anos e 8 meses em regime fechado
8.Waldirene Watt Alves da Silva 3 anos e 6 meses de prisão em regime fechado
9.Mazolene Alves dos Santos 4 anos e 4 meses em regime fechado
10.Glékson André dos Santos 4 anos e 1 mês em regime fechado
11.Wogno Aparecido Vitor Martins 7 anos e 9 meses em regime fechado
12.Mádson Machado Milhomem 4 anos e 6 meses em regime semi-aberto
Processo 14319-32.2010.4.01.3500 JF/GO
13. Emílio Teixeira Campos 18 anos e 6 meses de prisão em regime fechado
14. Marcelo Santos Sarruf 7 anos e 7 meses de reclusão em regime fechado
15. Ronaldo Ferreira de Melo 12 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado
16. Wanderson Campos Silva 5 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado
17. Jorge Augusto Paz Batista 4 anos e 4 meses em regime fechado
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